Os 12 Passos

Os doze passos ( Narcóticos Anônimos )

1º - Admitimos que éramos impotentes perante a nossa adicção, que nossas vidas tinham se tornado incontroláveis.
2º - Viemos a acreditar que um Poder maior do que nós poderia devolver-nos à sanidade.
3º - Decidimos entregar nossa vontade e nossas vidas aos cuidados de Deus, da maneira como nós o compreendíamos.
4º - Fizemos um profundo e destemido inventário moral de nós mesmos.
5º - Admitimos a Deus, a nós mesmos e a outro ser humano a natureza exata das nossas falhas.
6º. Prontificamo-nos inteiramente a deixar que Deus removesse todos esses defeitos de caráter.
7º - Humildemente pedimos a Ele que removesse nossos defeitos.
8º - Fizemos uma lista de todas as pessoas que tínhamos prejudicado, e dispusemo-nos a fazer reparações a todas elas.
9º - Fizemos reparações diretas a tais pessoas, sempre que possível, exceto quando faze-lo pudesse prejudica-las ou a outras.
10º - Continuamos fazendo o inventário pessoal e, quando estávamos errados, nós o admitíamos prontamente.
11º - Procuramos, através de prece e meditação, melhorar nosso contato consciente com Deus, da maneira como nós O compreendíamos, rogando apenas o conhecimento da Sua vontade em relação a nós, e o poder de realizar essa vontade.
12º - Tendo experimentado um despertar espiritual, como resultado destes passos, procuramos levar esta mensagem a outros adictos e praticar estes princípios em todas as nossas atividades.

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História:


Fato histórico interessante:
A primeira pessoa o a "pregar", ou recomendar, uma recuperação individual, com base no auto conhecimento e espiritualidade (mudança interior), foi Carl Jung. No início dos anos 30 do século passado, um americano chamado Rowland, banqueiro e ex-senador, viajou para Zurique, na Suíça, para tratar do seu problema de alcoolismo com o famoso psiquiatra Carl Jung. Rowland recaiu algumas vezes e, após um ano de terapia, não apresentou nenhum progresso. Jung comunicou ao paciente que ele estava gastando dinheiro à toa e que não poderia ajudá-lo. Rowland perguntou se havia alguma esperança, se não havia nada que ele pudesse sugerir. A resposta foi que a única coisa que poderia fazer seria procurar uma conversão, uma profunda mudança interior. Disse que ouvira relatos de pessoas que, após uma conversão religiosa, tinham parado de beber e que isso fazia sentido para ele. Rowland passou a frequentar um movimento religioso, muito conhecido naquela época, os Grupos Oxford.

Pode-se afirmar, que a principal fonte de inspiração, para a concepção dos 12 Passos foram os Grupos Oxford, o Dr. William D. Silkworth, do hospital da cidade e o famoso psicólogo William James. Os Grupos Oxford faziam parte de um movimento evangélico que floresceu em 1920/30, liderado por um Pastor luterano, Dr. Frank Buckmann.
Os oxfordianos tomaram como base à reverência frente ao trabalho de um companheiro com o outro e isso a nível pessoal, ou seja, tinham como viga mestra à conduta moral de seus membros. Exemplo: honestidade; pureza; desprendimento (desapego) e o amor absoluto (incondicional). A orientação de Deus era buscada em todos os momentos da vida – de grande ou pequena significação.
O que mais chamou atenção dos primeiros alcoolistas que entraram em contato com os Grupos Oxford, é que eles punham grande ênfase em seus princípios morais e espirituais e que tinham muito cuidado de não interferir nos pontos de vista de cada um sobre religião. Todas as correntes de pensamento religioso eram aceitas nos grupos.
Ebbie, um alcoolista da época, conheceu os Grupos Oxford assimilou parte das idéias e atitudes daqueles bons homens, ficando tocado por sua profunda sinceridade. Sentia-se agradecido por estar freqüentando suas reuniões as quais tinham feito cessar sua ânsia por bebida. Ebbie logo que voltou para casa em Nova York, procurou pelo amigo Bill que também é alcoolista e contou para ele sua experiência com os Grupos Oxford.
Bill observou que Ebbie, como alcoolista, era alguém doente contando sua história para outro com a mesma doença, como ninguém consegue fazer, ou seja, as identificações e os sentimentos frente a doença alcoolismo eram facilmente compreendidos sem qual quer tipo de constrangimento.
Após essa conversa, depois de algum tempo, Bill foi internado no hospital da cidade de Nova York, onde já havia sido internado outras vezes e foi atendido pelo querido Dr. Silkworth, um amigo dos alcoolistas neste hospital. Foi ele quem mais tarde contribuiu com a extraordinária idéia de AA – Alcoólicos Anônimos. Foi aí que Bill se juntou aos Grupos Oxford, mas para decepção dos membros desses Grupos ele insistia em dar atenção exclusiva aos “bêbados” internados ali.
Isso perturbava os oxfordianos de duas maneiras: primeiro, porque eles queriam salvar todas as pessoas, e em segundo lugar, seus resultados com alcoolistas tinham sido decepcionantes. Mas, Bill ingressou nos grupos e ficou sabendo que as experiências realizadas com os “bêbados” da época deram grandes prejuízos aos bons oxfordianos. E após seis meses que Bill manteve contato com alcoolistas que havia conseguido reunir numa Missão no hospital, tudo parecia indicar que os oxfordianos tinham razão.
Bill e Ebbie estavam conseguindo se manter sóbrios, mas se perguntavam: Por que os outros não conseguiam? E se diziam: por um acaso os outros não estariam conseguindo suportar o caminho proposto pelos oxfordianos! (honestidade; pureza; desprendimento e amor absoluto). E conversando com eles descobriram que havia uma pressão sobre eles para que se transformassem rapidamente e com instruções precisas sobre a conduta que deveriam ter em suas vidas. Foi quando descobriram a razão que fazia com que seus companheiros fugissem ou desanimassem de tudo.
Bill descobriu ainda outra razão do afastamento dos alcoolistas que tentava ajudar e esse motivo foi percebido através da dedicação que exerceu em seu auto conhecimento. Começou a observar que estava, depois de algum mês sóbrio, agressivo e excessivamente confiante, falando de sua experiência como se fosse algo muito especial. E, que, inclusive vinha fazendo um duplo papel de professor e pregador de sermões.
Depois de algum tempo, Bill precisou viajar a trabalho para a cidade de Akron, Ohio, e sem conhecer ninguém ali, ficou com medo de beber. Nesse momento ele já não se encontrava com a pretensão descrita acima (professor e pregador de sermões), vulgo “carteirinha de Poder Superior” já havia aberto mão do professor e pregador. Era apenas um alcoolista que tinha consciência de que precisava do outro, tanto quanto esse outro precisava dele.
Foi quando conheceu Dr. Bob que em poucos instantes percebeu que ele sabia de coisas espirituais muito mais que Bill. Que também havia conhecido os oxfordianos, em Akron, mas não compreendia porque não conseguia parar de beber. Foi quando Bill, seguindo o conselho do Dr. Silkworth, o qual dizia que deveria explicar para seus companheiros que eles tinham uma doença que se chamava alcoolismo e que a mesma era fatal. O médico acreditava que um alcoolista explicando para outro alcoolista poderia fazer mais efeito do que ele, como médico, tantas vezes fracassou tentando passar a informação.
Bob recebeu a informação que Bill se referia como sendo a verdade médica. Isso fez algum efeito, pois em junho, de 1935, Dr. Bob parou definitivamente de beber. Quando a história do Dr Bob foi contada pela primeira vez no livro de “Alcoólicos Anônimos”, em 1939, ele colocou em destaque um parágrafo dizendo que o mais importante da conversa que teve com Bill na época, foi o fato dele ser alguém que sabia sobre alcoolismo por experiência própria. Ali, então acenderam-se a chama do que seria “Alcoólicos Anônimos”.
Nos próximos três anos a recuperação do Dr. Bob evoluiu e foi o tempo de pioneirismo de AA – Alcoólicos Anônimos. Constituindo uma sociedade já separada dos Grupos Oxford, iniciaram suas atividades com seis princípios: “1 – Admitimos que não tínhamos poder sobre o álcool; 2 – Fomos honestos com nós mesmos; 3 – Fomos honestos com outras pessoas, em confiança; 4 – fizemos reparações de danos causados a terceiros; 5 – trabalhamos com outros alcoólicos sem procurar prestígio ou remuneração; 6 – Oramos a Deus para nos ajudar a fazer tais coisas da melhor forma que pudéssemos”.
Além desses princípios usaram os dos oxfordianos (honestidade; pureza; despredimento e amor absoluto), essa foi à mensagem aos recém-chegados até 1939 quando os Doze Passos foram escritos. Todos estavam entusiasmadíssimos e excitados diante da possibilidade de levar sua mensagem a todos os alcoolistas que ainda não conheciam ter uma doença. O propósito era demonstrar como o programa de recuperação deveria funcionar.


Cleide Queiroz Marques
Especialista em Dependência Química
Assistente Social - CRESS 3918

Referência bibliográfica: Tradução livre do capítulo “Um pedaço de história: a origem dos 12 Passos”, de Bill W. constante do livro “ The Language of the Heart – A Linguagem do Coração”.

Narcóticos Anônimos 


Narcóticos Anônimos derivou-se do movimento de Alcoólicos Anônimos no final dos anos 40, com suas primeiras reuniões na área da cidade de Los Angeles, Califórnia, EUA, no início dos anos 50. Por muitos anos, NA cresceu vagarosamente, espalhando-se de Los Angeles para outras grandes cidades norte-americanas e para a Austrália no final dos anos 70. Uma assembléia de representantes locais foi estabelecida pela primeira vez em 1978. Em 1983 Narcóticos Anônimos publicou o livro auto-intitulado Texto Básico e as taxas de crescimento, desde então, subiram vertiginosamente. Grupos se formaram rapidamente no Brasil, Colômbia, Alemanha, Índia, Republica da Irlanda, Japão, Nova Zelândia e Reino Unido. Nos três anos seguintes à publicação do livro básico de NA, o número de grupos de Narcóticos Anônimos quase triplicou. Hoje, Narcóticos Anônimos está razoavelmente bem estabelecida em toda Europa Ocidental, nas Américas e Oceania com grupos e comunidades de NA recentemente formadas espalhando-se no Oriente Médio e Europa Oriental.
O primeiro grupo de Narcóticos Anônimos no Brasil estabeleceu-se em 1981. Existiam, porém, desde 1976, grupos com o mesmo propósito e que utilizavam a literatura de NA em suas reuniões. Em 1990, estes grupos uniram-se à irmandade mundial de NA. Existem, hoje, no Brasil, mais de 2500 reuniões semanais e cada vez mais os grupos de Narcóticos Anônimos se espalham pelo território nacional, hoje já presente em todas as capitais brasileiras.

Sobre a história de Narcóticos Anônimos - www.na.org.br


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